Praça da Bíblia antes e depois |
Há um bom tempo venho reparando a reação de boa parte dos
moradores quanto a nova Praça da Bíblia, que foi completamente desfigurada,
arrancada do centro da cidade no ano passado e reconstruída em um modelo bem
diferente que não agradou a muita gente. A nova praça é chamada nas redes
sociais de Calçadão da Bíblia e praça do contra piso, alusões ao concretão
colocado no lugar dos antigos paralelepípedos acompanhado de alguns pergolados
e bancos de madeira.
O concretão, ao léu, deu à praça características bem
aquém de suas características do passado quando era o ponto de encontro das
famílias tangaraenses. Quem nunca se achegou sob uma das árvores para descansar
do sol escaldante? Hoje, o calçadão não oferece mais sombra para quem quer dar
uma paradinha para descansar.
Os ipês lendários, com décadas de histórias foram
simplesmente arrancados. Os ipês que sombrearam tantas gerações de tangaraenses
e que habitaram o imaginário popular e criaram lendas como o Motosserra, figura
lendária que cortava de mentirinha as árvores da praça nas décadas passadas.
Para completar, um fato me chamou a atenção: é impressão minha
ou não há impermeabilização? Isso mesmo, o concretão não dá vazão para a água
da chuva e os problemas futuros são iminentes.
Foram gastos cerca de R$ 800 mil para construir o calçadão,
dinheiro suficiente para reformar, além da Praça da Bíblia (sem tirar suas
características), praças como a dos Pioneiros e da Cohab Tarumã, completamente
abandonadas.
A praça, que já foi ponto de encontro, ficou sem muita
serventia, perdeu a vida e desfigurou três décadas de histórias, deixou o
centro mais moderno, mas destruiu a memória de gerações e impediu a criação da
memória em outras que só conhecerão a Praça da Bíblia de verdade, aquela romântica
e cheia de vida, construída por Antonio Porfírio de Brito (in memoriam), através de fotos antigas.
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